17:06 -
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Saindo do casulo
Mon Dieu. Que dia ou seriam dias? Afinal, 12 horas de viagem para Munique
e mais uma e meia para Paris, contando fuso horário, atraso de conexão,
condução do metrô até o hotel... Bom, para vocês verem como esse post vai ser
de, qualquer forma, injusto. Se me deixarem escrever desses dois dias em
particular, quem me conhece sabe que ficarei até amanhã relatando e os
defensores da objetividade no jornalismo vão me jogar praga. Mas vamos lá!
Lágrimas na ida, mãe, pai e tios à minha espera e eu não me suportando em emoção...
como sempre!
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| Não foi fácil encarar a primeira viagem para fora do país...e sozinho! |
Antes,
o máximo que havia ficado em um avião era em torno de 4 horas para alguma
jornada ao nordeste brasileiro. Agora, a realidade era outra – sozinho, em uma
janela quase espremido, morrendo de dores nas costas e ainda por cima me
sentindo que estava em um grupo de diplomatas em algum escritório da Alemanha –
homens com aquela aparência gélida, olhos azuis, mulheres loiras e com aquele
ar de “no mínimo, fale inglês, meu bem!” Pois bem, creio eu que me saí bem,
pois tudo que pedia fui atendido (o lenço para o bendito nariz que insistia em
entupir, a água para tomar a ‘porrada’ de remédios para pneumonia!) e sem nenhum
pio.
À
medida que chegávamos próximos de Munique [primeira escala internacional], a
tensão me tomava conta. Peguei o guia de francês que comprara em Guarulhos e
fui tentando memorizar algumas palavras e frases-chave para saber me virar na
capital francesa às escuras... mas nem precisava! Um homem que aguardava
insistentemente a fila do banheiro me orientou dizendo que havia uma garota que
faria conexão a Paris também. Malu, de 28 anos, estudante de moda, foi a minha espécie
de “anjo da guarda”. Primeiro, me acalmou quando o fiscal da imigração em
Munique fez cara grossa quando mostrei os documentos e os equipamentos que
levava junto à bolsa. Depois, quando chegou em Paris. Esperou-me junto ao
desembarque e foi comigo ao encontro da minha bagagem. O que fazer? Taxi ou
metrô?
Mesmo
descendo no meio da rota que realizei, Malu me passou a segurança que precisava
para seguir as linhas do organizado e movimentado metrô francês. Neste piscar
de olhos, deu para perceber o quão é mágico esta vivência em uma segunda-feira
comum em uma das maiores cidades do mundo – trabalhadores ambulantes,
advogados, empresários, mendigos, negros, brancos, cantores, todas essas vidas
se completando exatamente como acontece no subsolo de Paris – numa encruzilhada
de sensações antagônicas.
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| Metrô de Paris reserva muitos choques culturais no dia a dia |
Eu, à mercê de
tudo isso, acompanhava cada estação e me surpreendia – até Franklin Roosevelt
tem aqui e eles têm problema de falar inglês? Ah vá! De um jeito ou de outro,
chego na belíssima Porte d’Auteuil, porta de embarque para uma belíssima vista de
Paris. Infelizmente, o mau tempo não permite que a aparência seja das melhores
pelas fotos! Do meu lado, uma garota com raqueteira nas costas me ajuda a
compreender o que vejo nas placas à frente – Roland Garros a caminho! A
organização do torneio, creio eu, colou imagens de bolinhas nas calçadas como
se os fãs pudessem seguir “as migalhas” do saibro parisiense nas ruas. Em um
passeio pela fria Paris nos seus 10 graus, contentei-me em tirar fotos do que
sempre fui acostumado a acompanhar pela TV – a grandiosa arquitetura externa da
Philippe Chatrier. As bandeiras, o glamour, o vento, o cheiro, os boleiros
andando em filas, crachás aqui e ali...
Pelo
um dos poucos instantes que me desvencilho do segurança, vejo todas as quadras
cobertas – devido, obviamente, ao mau tempo – e nem ainda creio que estou dentro
de onde Guga reinou por três vezes. Local que Borg fazia história com suas
próprias mãos. Agora, Nadal pode fazer história e, pelo que mostrou na final da
nem tanto longínqua Roma diante de Djokovic, é o grande favorito pelo histórico
hexa! E eu, como um para-quedas, no meio de tudo isso! Só pode dar em pizza...
e deu mesmo (literalmente)! Só está começando ou será que já começou?
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| Roland Garros abre portões para fãs nesta terça com o qualifying |
Para
quem aguarda eu falar das feras Nadal, Djokovic, Federer, Sharapova, Serena
Williams e Cia, é necessário aguardar até o próximo domingo, quando iniciam-se
os jogos da chave principal. Porém, enquanto isso, eles podem (e devem!)
aparecer com antecedência no complexo para se prepararem ainda mais para o
Major do saibro. Será que vai rolar uma palavrinha com um desses? Uma foto,
quem sabe? Eu continuo por aqui...
Por
Matheus Martins Fontes
22/05/2012
- Diretamente de Paris, França



1 comentários:
Ficou muito interessante seu diário, Matheus. Não se esqueça de escrever todo dia, que queremos saber das suas aventuras aí em Paris, ok?
Abs!
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