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Negócio é grama!
Eu sei que o propósito deste blog era, primeiramente, retratar o dia a dia de minha rotina em Paris durante o sonho da primeira cobertura de um torneio Grand Slam. Roland Garros foi algo sensacional, único e que rendeu inúmeras histórias para contar. Mas já é passado. Agora, o cenário mudou - a moda do momento são as quadras de grama do All England Club. Sim, o glamour parisiense dá lugar à tradição britânica de Wimbledon. Quem gosta de etiquetas estará no lugar certo! E eu continuo aqui em sintonia com o circuito, mesmo de longe!
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| A partir de 2a feira, terá início o torneio de Wimbledon, o mais antigo da história do tênis |
Além disso, Wimbledon reserva marcas que vão além da compreensão dos mais leigos. Como se sabe, a grama é a superfície mais rápida existente no circuito. Ou seja, os pontos, teoricamente, terminam de forma mais rápida, com prioridade para poucas trocas de bola do fundo da quadra, tão normal no saibro. Então, dessa forma, os sacadores têm vida mais longa em condições como essa. Mas como explicar que o jogo mais demorado da história do esporte veio justamente no local que isso é mais improvável de acontecer?
Sem querer desmerecer toda a experiência e o privilégio de estar em Roland Garros, um marco para qualquer jornalista que quer seguir essa carreira, mas, with all do respect, Wimbledon é o templo sagrado do tênis. Sem mais. Um dia estarei ali. E, todos que me acompanharam por 23 dias, sabem que cogitar tal destino está longe de ser um sonho distante. Me aguardem!
CURTINHAS:
Para 2012, a chave masculina reserva mais uma vez o possível desfecho de quase todos os grandes eventos recentes - atual campeão e número 1 do mundo, Novak Djokovic estreia contra o espanhol Juan Carlos Ferrero, ex-líder do ranking. É difícil prever que o sérvio caia antes de uma provável quartas de final, mesmo com Juan Monaco, Richard Gasquet e Nicolas Almagro pelo caminho. O "chato" Radek Stepanek também preocupa num piso veloz como este, porém acho difícil roubar mais que um set de Nole.
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| Wimbledon reserva grandes histórias - em 2010, Isner e Mahut fizeram o jogo mais longo da história |
Em sua rota, deverá não encontrar problemas com Fernando Verdasco, Gilles Simon, tampouco com Janko Tipasarevic, seu maior candidato (pelo ranking!) a adversário nas quartas. Um perigoso teste seria o americano John Isner, que pode complicar muito para o número 3 da ATP em uma quadra de grama. Porém, acho que até as semifinais, Roger confirma.
O Brasil que já não faz sucesso em simples há uma década - quando o mineiro André Sá ainda priorizava as competições individuais e chegou às quartas de finais, perdendo para o ídolo local Tim Henman em quatro sets - deve ter vida muito curta nesta edição. Thomaz Bellucci, único representante entre os 128 jogadores, caiu justamente contra Rafael Nadal, bicampeão do torneio e que vem do embalado sétimo troféu em Roland Garros.
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| Federer pode sair de Wimbledon como número 1 |
Talvez a possível falta de ritmo de Rafa em uma rodada inaugural de um Grand Slam, principalmente num piso traiçoeiro como a grama, possa aumentar um pouco as mínimas chances de uma zebra. Se vencer um set, já é muito para o paulista, que nunca passou da terceira rodada na Inglaterra. E o número 1 do Brasil segue caindo na tabela, ocupando hoje o 80º lugar.
Nadal tem um caminho mais complicado até uma semifinal contra o queridinho Andy Murray. Em sua rota de colisão, encontram-se os perigosos alemães Philipp Kohlschreiber (seu algoz em Halle) e Tommy Haas, o versátil ucraniano Alexandr Dolgopolov, o americano Mardy Fish, o australiano Bernard Tomic, o suíço Stanislas Wawrinka e, finalmente, o francês Jo-Wilfried Tsonga. Não vai ser fácil para o ibérico conseguir o tri em Londres este ano!
Para Murray, a trilha também é árdua, começando pela estreia contra o imprevisível Nikolay Davydenko, que, há três anos, era o número 3 do ranking. Em seguida, o croata Ivo Karlovic já assusta (na primeira rodada de 2003, o gigante de 2,08m tirou Lleyton Hewitt, quando o australiano era líder da entidade e estava defendendo o título), seguido de um duelo contra o canadense Milos Raonic nas oitavas. Juan Martin Del Potro, David Ferrer e Andy Roddick, para completar, podem cruzar com o escocês nas quartas. É, Grã-Bretanha! Torcida vai sofrer novamente... Volto amanhã para analisar a chave feminina e as duplas!
Por Matheus Martins Fontes
23/06/2011



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