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Surpresas...
Vejo-me escrevendo às 9h da manhã desta quinta-feira já aqui em Roland Garros. Impressionante! Ninguém chegou, apenas eu e meu colega Robert. Ao pensar em um pouco de tudo do que me aconteceu no último dia, já adianto – o título faz jus às sensações...
Ao sair do metrô na última quarta, já me esqueço que os jogos principais começam a partir das 14h, porém eu disse “principais”. Os juvenis agitam o dia de quem se arrisca ainda (muita gente!) nas quadras menores. Chego na 14 pra ouvir novamente “Jeu, Montêêêrrrrro”. Porém, Larri está apreensivo. “Bate nessa bola, caralh@#%” é a primeira que já escuto do gaúcho tchê! Olho pro lado, me dá um dèja vu...
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| Tantas lembranças de Guga tive nesta quarta-feira. Primeiro foi Larri... |
Recordo-me de quando comecei a me interessar pelo esporte, lá no longínquo ano de 1997. Em casa assistindo tevê com meu pai, o camarada me fala: “Ah, esse aí de verde-amarelo é brasileiro. Guga, me parece”, solta. “Que esporte é esse, pai?” “Tênis. Gosto de ver o Pete Sampras jogando”, ele continua. “Quem?”, espanto-me. E foi assim... Vendo (sem entender) aquele mané desengonçado vencer Roland Garros pela extinta TV Manchete, vejo o irmão Rafael na arquibancada ao lado de Larri. Quinze anos depois, revejo-o... do meu lado! Nem acreditei... “Vamo, cavalo!”, ele solta para um ponto de Thiago. Como fazia com Guga. Ah, bons tempos...
Nas cadeiras adjacentes, Jorge Lacerda e Aimar Matarazzo me fazem companhia e, logo depois, me chega o Dácio Campos. Como ele mesmo fala nas transmissões de SPORTV, eu o defino agora: “Que figuraça!” Monteiro e Gabriel Friedrich não têm um bom dia e são eliminados. Paciência! Na hora, vou correndo de volta para a Chatrier para uma entrevista com o indiano Mahesh Bhupathi. A maioria não conhece, é claro, porque o cara joga duplas e não deixa de ser um craque de bola!
| ...depois foi Rafael, irmão de Guga! |
Nessa correria para abordá-lo, tive vontade de atropelar uns 10 que trancavam a passagem que já é estreita. Outra coisa que acabei deixando de comentar pra vocês. O complexo é charmoso, mostra um pouco da cara de Paris, o glamour, o tom romântico, a arquitetura com suas pinceladas únicas, porém entendo quando dizem: “É muito pequeno!”
Tudo bem, são 18 quadras – dois estádios magníficos (Chatrier e Lenglen) -, restaurantes, locais para boutiques, museu e tudo mais. Só que acho que não pensaram que a quantidade de pessoas atraídas pela genialidade do lugar não é compatível com o espaço físico. Na semana do quali, dava para transitar facilmente, mas a partir do começo do torneio, fica “infernalmente” impossível de uma corridinha para certos lugares. Você desvia de um, cai no outro, escapa daquele tapa de um, mas já está de cara para os “pirralhos” que ficam olhando pro céu. Nossa, que vontade que me dá de passar por cima. Lembro até da minha mãe quando ela fala isso no trânsito ao ser ultrapassada (erradamente) por motoqueiros!
Bom, o almoço é: carneiro! Não acredito! Tantos dias comendo “pasta” aqui, “pasta” ali (não estou reclamando), chegou o dia de pôr em prática o instinto carnívoro da coisa. Precisava falar pro meu pai, outro fissurado pela comida árabe! Mas minha tentativa falha para o bendito em reunião no Rio de Janeiro, assim como minha mãe em casa! Mas a oportunidade não me falta para matar (um pouco) a saudade de uma grande amiga! Dia cheio de surpresas, não é? Animou meu dia em uma Paris não tão bela com tempo fechado!
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| Maria revelou sua paixão por Paris |
Uma passadinha para ver Nadal x Almagro e simpatizo-me com Mariano, um fotógrafo argentino (sempre eles!) que já mora na França há algum tempo. Conta-me um pouco de sua trajetória e indaga sobre a minha... coitado! Estou apenas começando: “Meu primeiro Grand Slam”, resumo num espanhol vagabundo.
Olho no relógio, já são 21h e luz ainda em Paris. Quando Ferrer x Murray fecham o último jogo das quartas de final, entro no Facebook e faço contato com meu amigo Alan, que estava trabalhando em Lille, mas que agora veio para a capital até o final do ano. Nossa, havia uns bons dois anos que não o via. Quer oportunidade melhor? Pego o metrô e o encontro 40 minutos depois. Não mudou nada, parece que não perdemos contatos em quase 830 dias de ausência. E o homem já está por esses lados há um ano e meio.
Batemos papo, jantamos e, graças a Deus, o amigo fala um francês de primeira. Isso me facilita bastante quando a situação aperta. Já são quase meia-noite e prefiro passar a noite no apartamento do amigo e do “Parrudo” (como Alan o chama). Confesso que nem perguntei o nome, apenas o chamava de “manu”.
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| Longe de casa e só assim encontro meu amigo Alan. Não mudou nada hein, fi? |
Vamos acordar, Roland Garros! Hoje é dia de semifinal feminina. Sharapova x Kvitova, Errani x Stosur. E tem um “God save the Queen” na parede? Pô... No mais, a gente se vê por aí.
Por Matheus Martins Fontes
Direto de Paris (França)
07/06/2012



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