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Sem moleza na volta!
Estar
novamente no bolo dos 16 melhores times do mundo já era algo que o grupo de
João Zwetsch estava merecendo e tinha batido na trave nos últimos seis anos,
com direito a reveses frustrantes, como contra o Equador em 2009, jogando em
Porto Alegre, e diante da Índia no ano seguinte, quando Thomaz Bellucci e Cia
chegaram a liderar o confronto por 2 a 0.
Porém, o que
se viu no Harmonia Tênis Clube foi um baile – a Rússia não veio com seus dois
principais jogadores da atualidade – os veteranos Mikhail Youzhny e Nikolay
Davydenko, os quais já pintaram no top 10 há algumas temporadas, não viajaram
ao interior paulista. Pretexto? Bom, segundo as palavras da tradutora do time (muito
fraca, por sinal), “não tinham condições físicas de atuar sob o forte calor de
Rio Preto”. Estranho, já que os dois haviam disputado o US Open uma semana
antes, praticamente nas mesmas condições de temperatura. “Mas perderam”,
lembrou o capitão russo sobre o fraco desempenho dos mesmos no torneio americano.
Ora, a
equipe formada por Alex Bogomolov, Igor Andreev, Teymuraz Gabashvili e
Stanislav Vovk (o último não jogou o Grand Slam em Nova York) não tinha feito
muito melhor – todos perderam na estreia do Aberto dos EUA. Então, mais “migué”
que essa desculpa, foi o fato dos tenistas europeus não responderem se
concordavam com uma mudança na comissão técnica do país logo depois do desfecho
do embate. Quem cala, consente. Não é? 
|  | 
| Desfalcada, Rússia não deu trabalho para o Brasil em São José do Rio Preto | 
Tarpischev
já está há muito tempo no comando do time na Copa Davis, na Fed Cup (edição
feminina) e é presidente da Federação Russa de Tênis. Tudo bem que o maior
sucesso da nação na modalidade veio na última década, com dois títulos na
competição masculina e quatro na feminina durante a sua gestão. No entanto, já
faz tempo que não aparece um novo expoente entre os homens, aliás a nova
geração russa vive estagnada e os que arriscam um brilho “pulam o muro
imaginário” e buscam a naturalização pelos países que nasceram da ex-URSS, como
o Cazaquistão, que está no Grupo Mundial em 2013. Nem parece de longe aquele
esquadrão fortíssimo com Yevgeny Kafelnikov, Marat Safin e os próprios Youzhny
e Davydenko. 
Os 5 a 0
comprovaram que o Brasil, mesmo sem um número 2 de simples constante e
polivalente em qualquer superfície, tem lugar no Grupo Mundial. Havia uma
grande expectativa pelo sorteio da Federação Internacional de Tênis (ITF) na
última quarta-feira. O time tupiniquim tinha chances de atuar em casa e até um
confronto diante da atual campeã Espanha, de Rafael Nadal, seria comemorado. Ou
contra a Sérvia de Novak Djokovic (caso cruzássemos contra os sérvios, seria
necessário outro sorteio para definir a sede do duelo). E até alguns dos
confrontos possíveis fora de casa eram aguardados. Afinal, um Brasil e
Argentina não significa rivalidade pura apenas dentro dos campos.
|  | 
| Dupla brasileira tem vantagem contra os Bryan | 
Mas acho que
ninguém esperava ou queria, acho que o último verbo é a melhor definição, um
confronto diante dos EUA. O time brasuca venceu apenas um dos quatro confrontos
que realizou contra os maiores campeões da Davis (total de 32 vezes) e isso
aconteceu em 1966. 
Naquele
duelo, Thomaz Kock e Edison Mandarino jogaram a favor do público na Associação
Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre, e bateram o fortíssimo quarteto formado
por Arthur Ashe, Cliff Richey, Charles Passarel e Dennis Ralston
por 3 a 2. Nos outros três confrontos – Forest Hills/1932, Boston/1957 e
Ribeirão Preto/1997 –, foram os americanos quem sorriram no final. E, como o
último duelo aconteceu no interior paulista há 15 anos, os brasileiros terão
que viajar em fevereiro.
Diria
que é um confronto chato, já que, além dos EUA atuarem diante da sua torcida e
num piso rapidíssimo como de costume, seus “soldados” não dão ritmo em quadra.
Provavelmente, a equipe comandada por Jim Courier – ex-jogador que atuou no
confronto em Ribeirão – virá com John Isner e Mardy Fish/Sam Querrey nas
simples e os irmãos Bob e Mike Bryan para as duplas. A análise é muito simples.
| 
RETROSPECTO 
Thomaz Bellucci (BRA)
  lidera 1x0 contra John Isner (EUA) 
Thomaz Bellucci (BRA) 0x0 Mardy Fish (EUA) 
Thomaz Bellucci (BRA) 0x0
  Sam Querrey (EUA) 
Ricardo Mello (BRA)
  empata em 1x1 contra John Isner (EUA) 
Mardy Fish (EUA) lidera
  2x1 contra Ricardo Mello (BRA) 
Ricardo Mello (BRA) 0x0
  Sam Querrey (EUA) 
Mardy Fish (EUA) lidera
  1x0 contra Thiago Alves (BRA) 
Thiago Alves (BRA) 0x0 John Isner (EUA) 
Thiago Alves (BRA) 0x0
  Sam Querrey (EUA) 
João Souza (BRA) 0x0 John
  Isner (EUA) 
João Souza (BRA) 0x0
  Mardy Fish (EUA) 
João Souza (BRA) 0x0 Sam
  Querrey (EUA) | 
Isner,
11º do ranking, tem 2,06m e seu saque numa quadra veloz, como deverão indicar
para o embate em 2013, fará estrago no time brasileiro.  Fish ou Querrey também não fogem à risca. Se
os seus serviços não são eficientes como os do seu compatriota, os mesmos são
capazes de colocar pressão para quem está do outro lado da rede. E precisa
falar alguma dos irmãos gêmeos? Melhor dupla da atualidade (e da história!), 12
títulos de Grand Slam, medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres... O currículo
assusta e intimida o banco brasileiro.
Ainda
é muito cedo para definir quem estará em quadra entre 1 e 3 de fevereiro, porém
Thomaz Bellucci, Marcelo Melo e Bruno Soares, ao meu ver, não perdem seus lugares.
A incógnita, como vem sendo um dilema nos últimos anos, é a seguinte – e o
nosso segundo simplista? Nessa temporada, Feijão e Rogerinho tiveram suas
chances. Apenas o segundo aproveitou, porém as partidas aconteceram no piso
lento, muito diferente do que acontecerá na próxima temporada.
Minha
opinião, apesar de ser precipitada a essa altura, é que Thiago Alves, Feijão ou
Ricardo Mello devam disputar o segundo posto na equipe de João Zwetsch. E com
uma equipe com Bellucci, Alves/Feijão/Mello, Melo e Soares, o País ainda é
inferior ao time americano. Nossas chances dependerão, como sempre, em Thomaz e
na parceria brasileira.
| 
PALPITE DO SONHADOR (!?!) 
EUA 1x3 BRASIL 
Thomaz Bellucci (BRA) d.
  Mardy Fish ou Sam Querrey (EUA) 
John Isner (EUA) d.
  Thiago Alves/Ricardo Mello/João Souza (BRA) 
Marcelo Melo/Bruno Soares
  (BRA) d. Bob Bryan/Mike Bryan (EUA) 
Thomaz Bellucci (BRA) d. John Isner (EUA) | 
É
claro que o melhor seria um 2 a 0 para nós ao término da sexta-feira, mas
sejamos realistas e um 1 a 1 já estará muito bom, acreditando que Bellucci
confirme o favoritismo sobre o número 2 deles – Thomaz nunca enfrentou Fish ou
Querrey. O sábado reservará o grande ponto-chave para nossa equipe. Por mais
que os Bryan assustem, Melo e Soares possuem um retrospecto favorável contra os
americanos – 2 a 1 no circuito profissional. Mas vencê-los em sua casa é uma
tarefa das mais indigestas e que ninguém, em Copa Davis, ousou a fazer antes.
Será?
|  | 
| Na melhor das hipóteses, Bellucci precisaria vencer os dois jogos contra os EUA em fevereiro | 
Com um
triunfo dos mineiros, Bellucci entraria no domingo com a responsabilidade de
fechar o confronto. Mesmo que o aspecto mental não seja o dos mais fortes do
brasileiro, ele tem provado sua evolução no torneio e confirmou as expectativas
quando foi preciso diante da Colômbia e Rússia. E contra Isner, o paulista tem
1 a 0 a seu favor. Tudo bem que o jogo aconteceu no saibro, mas serve como
fator de motivação. 
Empenho
e garra não vão faltar ao time de Zwetsch, isso tenho certeza. A questão é que
se isso vai ser suficiente para aprontarmos a maior zebra da primeira rodada do
Grupo Mundial no ano que vem. Em relação ao nosso número 2, o início do ano –
principalmente o desempenho no Aberto da Austrália – será decisivo para indicar
o escolhido. É bom ficar de olho desde já em Alves, Mello e Feijão. Tomara que
todos (ou talvez algum outro que surpreenda com uma arrancada surpresa nesse
final de 2012) mostrem bom nível nesse período e deem uma “bela dor de cabeça”
para Joaozinho. Ficou difícil, mas nossa equipe é de elite. Se nos
subestimarem, é bom negócio. Vamos torcer! Que venham os EUA!!
Fotos: Luiz Pires/FOTOJUMP





















