domingo, 20 de maio de 2012

00:30 - 4 comments

O APRENDIZ...


São José do Rio Preto. 4 e 22 da manhã. De repente, acordo com o sono que já me passou despercebido após um dia agitado com rotina de hospital e volta forçada para casa... Mando uma mensagem a uma amiga especial e o dia começa ali. Já penso: depois de amanhã, estarei em algum lugar do Oceano Atlântico a caminho de um sonho de qualquer turista. Imagine de um repórter em sua primeira experiência fora do país! A ansiedade me dá bom dia, mas bem mais rápido do que eu esperava...

Acordo meus pais como uma criança infernal com insônia que vai importunar os coitados que já estão no 14º sono! Mas eles não reclamam, afinal, daqui a dois dias não estarei mais no seu alcance visual. E por mais 21 dias! É dessa forma que defino a véspera do meu propósito deste blog, que é contar as experiências vividas em um dos maiores palcos do esporte mundial e não apenas do que rodeia o cenário do tênis. Cobrir Roland Garros, ali mesmo onde um tal de Guga (para os mais leigos) venceu “alguma’’ vez atrás, pode parecer desinteressante por englobar interesses de fãs específicos por uma modalidade que, no Brasil, já é enterrada como de elite!

Derrotar Nadal em Roland Garros? Só em sonho mesmo!
Tudo bem. Mas o palco disso tudo, Paris, já não quer dizer muita coisa? Ou precisa de muita explicação? Uma cultura para poucos e  influentes a muitos! Arquitetura fascinante, cartões postais que já transbordam a ideia de “única” da bela Torre Eiffel ou do riquíssimo Museu do Louvre! Política efervescendo no território em que o Partido da oposição se levanta ao trono depois de quase duas décadas! Sério, alguém aí ainda tem dúvida que tênis/esporte não tem ligação com isso tudo?

Passei o dia sob efeito de remédios e mais outras coisas, mas confesso que não fiquei dopado. A empolgação me fez simular que ganhava de Rafael Nadal em uma partida para lá de utópica nos cantos do meu quarto  (Juro, não era "dorgas"!) e a imaginação foi tamanha que deu tempo de simular um momento de protagonista nas futuras coletivas de imprensa, apenas para “treinar” meu inglês enferrujado! 

Comprar as últimas roupas, cortar o cabelo, fazer a barba, falar com o chefe por quase uma hora a respeito do que vou enfrentar lá “no meio do mundo”, conversar com outro amigo para me dar as diretrizes de como começar um diálogo com os cidadãos, mas nunca prolongá-lo... Confesso que não vejo a hora de um: "Je suis bresilien et je ne parle pas français. Vous pouvez parler anglais avec moi?” Para os não-poliglotas (assim como eu!), é mais ou menos um “não falo quase nada de francês. Pelo amor de deus, pode falar inglês?”  Bom, o desespero só não foi maior do que saber qual caminho pegar do aeroporto até o hotel em que vou ficar hospedado na Cidade-Luz. Metrô, RER, linha não sei das quantas, estação aqui, estação lá, troca de metrô, lotação foram algumas das palavras que não saíram da minha cabeça. Até quando vos escrevo esse texto. Bom, mas para quem está pensando que esse dia foi um inferno, nem tudo foi ruim. Aliás nada disso foi ruim, é apenas novo para mim, um mero caseiro!

O clima de “despedida” animou minha família, muitos vieram ao meu encontro (até mais pela complicação da pneumonia, talvez), houve muita bajulação da mãe e da tia, tá podem me chamar de mimado! É complicado ser filho único e ainda o mais novo dos primos... Mas não deixa de ser legal, afinal serão 23 dias longe daqueles que nunca fui acostumado a passar tanto tempo afastado. E os amigos? Nem tenho como agradecer e só posso pedir a vocês que torçam por uma bela cobertura, uma bela viagem e bastante inspiração para escrever aqui uns 10% do que viver naquele lugar mágico...

O ato do bom jornalismo. Tomara que o inglês não me deixe na mão na terra de francês. E agora, Bruno? O que fazer? 







Há seis meses, essa ideia parecia distante por milhões de anos-luz, porém agora está tão perto... Tão perto e longe. Dois antônimos que vão me mostrar um pouco do que vou sentir por vocês, meus amigos e também, (por que não? e sem largar a modéstia), meus caros leitores! Espero que essa reflexão com cara de desabafo ilustre um pouco a tensão e ansiedade do que me aguarda a poucas horas - a maior experiência de minha vida por si só... Até lá, eu continuo por aqui! Ae revouir... às 0:32h ainda de Brasília!


E não deixem de acompanharem a partir de terça-feira os posts sobre o melhor de Roland Garros, o segundo Grand Slam da temporada, diretamente de Paris!



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FOTOS: Ron C. Angle (TPL) - Rafael Nadal
            Alexandre Cossenza - Bruno Soares em entrevista


Por Matheus Martins Fontes
20/05/2012 - 0:32h

4 comentários:

Boa cobertura aí em Paris, Matheus!

Se tiver tempo para assistir jogos femininos das quadras externas você deve encontrar um Tio de Bigode muito melhor que aquele Super Mario do Brasil Open.

http://www.youtube.com/watch?v=J7LvEfcZ7Ok (1:03)

Sucesso ai, cara!

Fala, Mário! Lembrei de você hoje. No caminho da Porte d'Auteuil, vi uma tenista com raqueteira nas costas e a segui até o complexo. Ela vai jogar o qualifying. Não peguei o nome na hora, mas assim que a chave sair e eu a identifico para você. hahahahah.... ^^


Grande abraço, man!

Boa sorte cara!!!!! e me traz uma bola de tennis do campeonato!!!

Fala Matheus!
Lembra de mim? Lucas Miguel, da época do Sesi. Cara, eu sei que pode parecer estranho, mas estou muito orgulhoso de você!
Acompanharei o seu blog!
Grande abraço!
Lucas M.

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